Até o dia 15 de novembro, a Base Aérea de Natal (BANT) sedia a Cruzex 2024, exercício multinacional que reúne cerca de 100 aeronaves, 3,6 mil militares e a participação de 16 países. Lançado no domingo (3) pela Força Aérea Brasileira (FAB), o maior treinamento de emprego de poder aéreo da América Latina marca a estreia dos caças F39 Gripen da FAB em exercícios de combate simulado. Destaque também para a primeira participação no espaço aéreo brasileiro dos caças F-15 dos Estados Unidos e F-16 do Chile.
A Cruzex, que volta a ser realizada em Natal após seis anos, promove a integração entre as Forças Armadas do Brasil e de países aliados. Este ano, o exercício conta com esquadrões de voo de sete países – Argentina, Chile, Colômbia, Estados Unidos, Paraguai, Peru e Portugal – além de equipes cibernéticas e espaciais de cinco nações, incluindo Chile, Colômbia e Estados Unidos. Outras oito nações, como Alemanha, Canadá e Suécia, acompanham o evento como observadores.
Ao todo serão aproximadamente 1.400 horas de voo em uma área de cerca de 3.700 km², detalha o Brigadeiro do Ar, Ricardo Guerra Rezende. “Nós temos hoje, aqui na Base Aérea de Natal, mais de 3.600 homens e mulheres trabalhando para podermos colocar em prática o planejamento realizado nos últimos dois anos. É um grande desafio para a Força Aérea Brasileira”, detalha Rezende, que também é Comandante da Base Aérea de Natal, que está localizada em Emaús, Parnamirim, na Região Metropolitana da capital.
Uma das inovações desta edição é o treinamento de missões que incluem recursos de defesa cibernética, antiaérea e controle satelital. O exercício em defesa cibernética visa fortalecer a integração e preparar os participantes para atividades de proteção, exploração ou ataque cibernético, além de conscientizá-los sobre os riscos digitais. Já a defesa antiaérea simula cenários para aprimorar táticas de combate. No controle satelital, o foco é instruir sobre as possibilidades e riscos associados aos sistemas espaciais.
Rezende ressalta a relevância dessas inovações para o fortalecimento das capacidades das Forças Armadas Brasileiras e de seus aliados, bem como para a promoção da cooperação internacional. “A introdução do domínio cibernético e a diversidade de aeronaves ampliam nossas capacidades e garantem que estamos preparados para os desafios atuais e futuros”, pontua.
O exercício consiste em três fases: a primeira, chamada FAM (Familiarização), inclui voos de familiarização para ajudar as equipes a se adaptarem à Área de Operações; a segunda, FIT (Treinamento de Integração das Forças), promove a integração entre as diversas Forças Aéreas participantes; e a fase final contará com voos em cenários predefinidos com múltiplas aeronaves, conhecidos como Operações Aéreas Compostas (COMAO). Todas as siglas são padronizadas na língua inglesa.