
Entre janeiro e abril de 2025, o município de Macau investiu apenas R$ 9.782.832,12 em saúde pública — uma redução drástica de quase R$ 4 milhões em relação ao mesmo período de 2024, quando foram destinados R$ 13.585.800,29. A queda no investimento evidencia não apenas o desmonte gradual da atenção básica e especializada no município, como também expõe o desinteresse ou incapacidade da atual gestão em priorizar o bem-estar da população salineira.
O impacto dessa redução já é sentido nas unidades básicas de saúde. A população enfrenta dificuldades para conseguir consultas, exames e até medicamentos básicos. Em muitos bairros, os relatos de atendimento precário, espera intermináveis para o atendimento e a falta de profissionais tornaram-se rotina. A crise, longe de ser apenas técnica ou orçamentária, também parece ter raízes políticas.
Nos bastidores do poder municipal, comenta-se que há uma espécie de “guerra fria” instalada na Secretaria de Saúde. A atual secretária, indicada pelo vice-prefeito Raimundo Nonato, estaria enfrentando resistência dentro da própria administração. A suposta queda de braço política tem como resultado prático a paralisia da pasta e o abandono das prioridades da população.
Enquanto disputas de influência corroem a gestão da saúde pública, quem paga a conta é o cidadão comum — aquele que depende exclusivamente do SUS, do posto de saúde do bairro, do atendimento emergencial que não chega. A queda nos investimentos representa mais do que números: é o reflexo de uma escolha política que coloca interesses pessoais acima da vida das pessoas.
A pergunta que fica é: até quando Macau continuará tratando a saúde pública com tamanho descaso?


Comparativo de investimento nos primeiros quatro meses de 2024 e 2025.
Fonte: Portal da Transparência